Um Olhar Sobre as
Genealogias

Amazônia brasileira: as bacias do Juruá e Purus no final do século XIX.

O processo histórico da Amazônia é complexo e da idade do Brasil. Para os interessados em compreendê-lo existem estudos clássicos que entre estes destacamos as obras dos seguintes autores: José Ribamar Bessa Freire, Antônio R. Esteves, Adélia Engrácia de Oliveira, Márcio Souza, Artur César F. dos Reis, Antônio R. Esteves, entre outros. Estes autores se dedicam e aprofundam em seus escritos e estudos a pesquisa histórica e sociológica sobre a questão Amazônica.

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Sertanejos e Rios

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No centro do município, o projeto da Catedral foi feito pelo arquiteto Jorge Rugardo Bercht e suas obras começaram em 15 de agosto de 1957.

A Gênese Histórica da Vila Japiim

A formação

O povoado do Japiim foi reconhecido e elevado à categoria de Vila no ano de 1912 pelo então prefeito do Depto. do Alto Juruá, o capitão Rego Barros. Portanto, embora a data da emancipação seja do ano de 1977, isto é, 65 anos depois, desde 1912 o povoado já dava sinais de que teria futuro promissor e se tornaria em mais uma cidade da Amazônia. De 1912 para 2012 são exatos cem anos, o que nos torna uma cidade já “centenária”. Nada mais justo do que no seu “centenário” a cidade ganhar o registro literário de sua saga. Mas as informações orais nos voltam ainda mais, no tempo, na busca por nossa gênese. No ano de 1899 o Cel. Mâncio Lima chegou à região trazendo homens e mercadorias e com o seu espírito empreendedor iniciou os trabalhos de reabertura e ampliação das estradas de seringas transformando a sede do seringal Jaraguá de propriedade do Capitão Luis Pereira da Costa, na fazenda Barão do Rio Branco, segundo o Sr. Raimundo Bernardo.

Elevada, a povoação do Japiim, à categoria de Vila, então foram criadas as seguintes repartições públicas: Delegacia de Polícia, Cartório do Registro Civil e Juizado de Paz, sendo nomeado como delegado o Capitão Passos, como Juiz de Paz o Capitão Joaquim Generoso de Oliveira e Antonio Gonçalves Junior, escrivão “ad-hoc”. Em 1º de maio de 1918 foi criada a escola Belarmino de Mendonça e nomeado professor Alfredo Lopes de Aguiar. Naquele mesmo ano foi criada a escola Tenente Tomé (que teria seu nome mudado para Fco. Freire de Carvalho) e nomeado como professor o Sr. Antonio Bandeira. Esses fatos são incontestavelmente o que temos de mais antigo no que diz respeito à vida social e institucional iniciante da Vila Japiim.

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Em 1860 - o cientista Chandelss viaja e explora as potencialidades comerciais e científicas do rio Juruá, um dos principais afluentes do rio Amazonas...



A Verdade nas
Memórias Familiares

Mâncio Agostinho de Lima (1875-1950)

atural de Russas-CE, Mâncio Agostinho de Lima, filho de Vicente Rodrigues Lima e Maria Senhorinha da Fonseca Lima, chegou à Amazônia no final do século XIX para trabalhar com borracha, aos 14 anos, acompanhado de seu pai. Estabeleceu-se no Pará, na região das Ilhas, e em 1897 regressou à sua terra natal. No entanto, devido à seca, voltou para se fixar definitivamente na região do Juruá. Com forte liderança política, presença marcante e espírito empreendedor, ocupou postos importantes na política do Alto Juruá, tornando-se Prefeito Departamental e um dos líderes do Movimento Autonomista. A patente de Coronel aumentou sua influência, e no Seringal Aurora, continuou o desbravamento da região, descobrindo a planície japiiense repleta de seringueiras e com fauna e flora abundante.

Segundo Zuleide Freire, Mâncio Lima foi agricultor, fazendeiro, seringalista, pioneiro da aviação, filantropo, político e prefeito de Cruzeiro do Sul. Em reconhecimento aos seus serviços prestados ao Acre, recebeu em 1912 do então presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, o título de Coronel da Guarda Nacional. Fontes orais relatam que o Igarapé do Barão desaguava no Moa, próximo ao Seringal Aurora. Com o tempo, a trilha dos cavalos da fazenda Barão do Branco, feita na floresta, transformou-se no rio Japiim.

Mâncio mandou demarcar a área até Major Brás e mapear a estrada para ligar o Seringal Barão do Rio Branco a Cruzeiro do Sul, embora a estrada tenha funcionado por pouco tempo devido à precariedade do solo. Desenvolveu trabalho pioneiro na região como coronel, seringalista, fazendeiro e político. Faleceu em 22 de julho de 1950, em Cruzeiro do Sul, deixando muitos bens, terras e uma extensa prole.

Mâncio mandou demarcar a área até Major Brás e mapear a estrada para ligar o Seringal Barão do Rio Branco a Cruzeiro do Sul, embora a estrada tenha funcionado por pouco tempo devido à precariedade do solo. Desenvolveu trabalho pioneiro na região como coronel, seringalista, fazendeiro e político. Faleceu em 22 de julho de 1950, em Cruzeiro do Sul, deixando muitos bens, terras e uma extensa prole.

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Mâncio Agostinho de Lima (1875-1950),

Mâncio Agostinho de Lima

MÂNCIO AGOSTINHO DE LIMA e MARIA DE JESUS LIMA são pais de Rosa de Jesus Lima que casou com Zacharias dos Santos e geraram: Raimundo dos Santos, Maria de Lourdes, José dos Santos e Nilza. Maria de Lourdes casou com Chiquinho Bernardo. José dos Santos casou com Creuza e geraram: Francisco, Deusdete, Edson, Sílvio e Zeca. Nilza dos Santos casou com França Gadelha e geraram: Mâncio, Elenízio, Expedito, Elenita e Rosa. Raimundo dos Santos casou com Geraldina Rodrigues de Ramos e geraram: Estela, Rosa, Nilza, Moísa, Helena, Pedro, Raimundo e João. Estela casou com Gilberto e são pais de Maristela. Rosa casou com Demir. Moisa casou com Lenísio e geraram: Neto e Érica. Nilza casou com Gabim e geraram: Clécia, Cledson, Clívia e Cleiton. Helena casou com Mâncio Neto e geraram: Sílvia, Diana e Daniele. Pedro casou com Fátima e geraram: Patrícia, Mozer, Gilmar e Priscila. Raimundo casou com Lurdinha e geraram: Carlinhos, Teonízia, Emerson, Anderson e Elderson. João casou com Jocilene e geraram: Saimon, Luan e João Paulo.

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Mâncio Agostinho de Lima

José Araújo

José Araújo (neto de Mâncio Lima). Veio do Ceará aos 12 anos. Morou em CZS, onde constituiu família. Casou com Maria Moreira (filha de Serafina Moreira) e geraram: José, Luiz, Raimundo, Iran, Juraci, Iraci, Maria, José, Fátima, Nelsinho e Lia (irmã Elisabete). Com a 4ª série do primário, através da influência política de Railda Pereira e Pe. Edson foi nomeado delegado da cidade de Mâncio Lima e tornou-se uma personalidade popular. Ocupou o cargo de delegado entre 1977 e 1986. Sempre cavalgando seu portentoso animal, chegou a provocar a ira em alguns, o medo em outros, mas ganhou a simpatia de muitos do povoado.

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José Araújo

MARCÍLIO NUNES RIBEIRO

O Sr. MARCÍLIO NUNES RIBEIRO (1919-1983) é irmão de VALDEMAR, JOÃO, LINO RIBEIRO E RAIMUNDA (mãe de dona Clê). Marcílio casou com Ester da Silva Lima (1935-1990), doméstica, filha de dona Joana Soares. Ester Silva teve como irmãos: Sebastião, Benedito, Francisco (Chico do Cemitério), Firmino, Jorge, Conceição, Felisbela (Bela), Chagas (Chaga Medonho). Do casamento entre Ester e Marcílio nasceram os filhos: Marliz, Odacílio, Onacílio, Marlene, Marnízia e Otacílio, que gerou Odalice, que gerou Paloma. Marcílio foi funcionário público e comerciante.

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Marcílio e Ester

RAIMUNDO RODRIGUES DA SILVA

RAIMUNDO RODRIGUES DA SILVA (Doca - *1909+1962). Agricultor, mangarefe, servidor da Comissão da Petrobrás na década de 1940 na Serra do Moa, um dos seis filhos do pioneiro Raimundo de Assis (Raimundo José), casou com Francisca Eleutério Matos (D. Lili - *1918 +1988), filha do pioneiro Raimundo Eleutério e geraram os filhos: Eládio, Francisca, Ruberval, e Janice. Eládio casou com Marlene Ribeiro e são pais de Andréia. Francisca (Quita) casou com Pedro Porto e geraram: Bonifácio, Marcos, Márcia, Cássia e Antônio. Ruberval (Zeca) casou com Gleide Chaves e geraram: Ibernon, José, Ioná, Antonio, Hudson (Juquinha), Jamisson, Jamilson, Ionete, Cartejânio, Rosilene, Erdejânio.

Ibernon gerou Bruna Regina, Raimundo Junior, Lhilly Rodrigues, Felipe e Ícaro, tetranetos paternos dos pioneiros Raimundo de Assis e Ana Jovita. Janice casou com João Zuza e geraram: Janilson e Janildo. Francisca Silva (ou Mª Nonata) gerou Zecará, Francisco (Chicute), Lozim, e Pitoque. Chicute casou com Aldenora e geraram Graça, depois casou com Antônia Assis e geraram: Lúcia, José Maria e Márcia que gerou Luan. Lozim casou com Maria Belizário e geraram Maurício, Glória, Maria, Manoel, Marito e Marliz. Pitoque casou com Francisca Batalha e geraram: Raimundo. José Silva gerou Expedito, Antônio e José da Silva. Expedito casou com Glorinha Dias e geraram: Edinir, Edna, Elita, Rosa, Odair, Raimunda, Josenildes, Manuel, Raimundo, e José Andrade. José da Silva casou com Regina e geraram Luis Gonzaga, Maria Luísa, Francisca Luísa, Raimunda Luísa, Carlos e José. Antonio casou com Maria Raimunda e geraram: Rita e Francisca. Mª Martins gerou Francisco, José e João.

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Doca

FRANCISCO ANÁSTÁCIO DE ARAUJO

FRANCISCO ANÁSTÁCIO DE ARAUJO (sr. Boca) casado com Ozanira Maia é natural de Cruzeiro do Sul (Paraná dos Mouras), filho do cearense JOÃO ANASTÁCIO DE CARVALHO (que trabalhou com o coronel Mâncio Lima) e da acreana FRANCISCA ARAUJO. Francisco Anastácio veio para a vila Japiim em busca de escola para seus filhos. Aí fixou residência e contribuiu durante 50 anos para formação do município. Educou os filhos (a maioria professores) e foi agricultor modelo, carpinteiro e construtor de casas e barcos. Por sua influência, suas irmãs (Adélia e Anália) também vieram morar em Mâncio Lima. Adélia Araujo (dona Nega) casa-se com Agostinho Alves e geram: Edilson, Eleno, Elilda, Eti, Paulo, Elias, Silas, Ritelene e Dirceu. Anália Araújo (dona Nenem) do 1º matimônio com João Alves gerou: Joãozito, Rute, Isaque, Roberto e Estevão e no 2º matrimônio com Antônio Silva gerou: Rosa, José, Davi, Moisés, Benoni e Esaú.

MAIAS E ANASTÁCIOS são famílias fundadoras, como tantas outras aqui citadas. Seus descendentes encontram-se hoje trabalhando na educação e em variados setores da vida insitucional da cidade, inclusive na política.

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(Sr. Boca)

VALDEMIRO ALENCAR DOS REIS

VALDEMIRO ALENCAR DOS REIS (*21/11/1933+20/07/2006) casou com GERSINA MATOS OLIVEIRA (*1939). Valdemiro Reis foi um personagem marcante do bairro Guarani. De família humilde trabalhou inicialmente na agricultura com o cultivo da cana-de-açúcar, foi carpinteiro e depois tornou-se funcionário público. De distacada liderança no povoado é aclamado presidente do Guarani Esporte Clube, organização desportiva que na sua gestão teve vida social ativa. Organizou bailes e festas nos fins de semana e foi um dos primeiros a contratar “conjuntos musicais” eletrônicos e amplificados em Cruzeiro do Sul para animar os bailes na antiga Vila. A partir daí as festas animadas ao som de “aparelhos” ou “rodas de violão e pandeiro” foram ficando demodê. Foi um dos grandes incentivadores para a criação da banda local Os Populares do Guarani. Nos anos de 1989 a 1996 cumpriu o mandato popular de vereador. Falece em 2006 ao lado de muitos filhos e netos.

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Valdemiro e familiares

Em 1860, o cientista Chandelss explorou o rio Juruá e, entre 1877 e 1879, muitos cearenses migraram para a região devido à seca. A cidade de Cruzeiro do Sul foi fundada em 1904, enquanto a Vila Japiim foi elevada a essa categoria em 1912 e continuou seu desenvolvimento até 1977. A economia local foi impulsionada pela extração de borracha e pela agricultura, com uma contribuição significativa dos migrantes nordestinos. Ao longo dos anos, a vila desenvolveu uma identidade cultural única, moldada pelas influências dos primeiros habitantes e suas práticas culturais e econômicas.